sábado, 31 de março de 2012

FRASES DE REFLEXÃO ESCOTEIRA

SOU ESCOTEIRO BÁSICO, REPRESENTO A TERRA, A TERRA É A MÃE DE TODAS AS VIDAS, ELA ALIMENTA TODOS OS SERES TRANSFORMA SUAS VIDAS. CONVOCO UM TERREMOTO PARA MEXER AS ESTRUTURAS DA MALDADE DA INJUSTIÇA E DO MEDO, TAMBÉM QUERO CULTIVAR DENTRO DE MIM A SEMENTE DO AMOR, CONFIANÇA E DA ESPERANÇA


SOU ESCOTEIRO BÁSICO

FRASES DE REFLEXÃO ESCOTEIRA

SOU ESCOTEIRO DO AR, REPRESENTO O AR, ASSIM COMO ÍCARO, QUERO VOAR ENTRE AS NUVENS, DESCOBRIR OS SEGREDOS DO MUNDO... PEÇO QUE VENHA UM FURACÃO PARA ACABAR COM AS TRISTEZAS, MISÉRIAS E TODAS AS COISAS RUIS QUE EXISTE, MAS AO MESMO TEMPO QUE A BRISA MANSA TOQUE OS CORAÇÕES AFLITOS E ENCHA-OS DE AMOR.

SOMOS ESCOTEIROS DO AR

FRASES DE REFLEXÃO ESCOTEIRA

SOU ESCOTEIRO DO MAR REPRESENTO A ÁGUA, QUE GARANTE VIDA DE TODOS, PEÇO A AJUDA DE POSEIDON PARA QUE MANDE UM TSUNAMI PARA DESTRUIR AS MALDADES DO MUNDO AS INJUSTIÇAS E PEÇO QUE ESTE TSUNAMI SE TRANSFORME EM UM MANSO REGATO PARA ACALMAR CORAÇÕES AFLITOS E ANSIOSOS

SOMOS ESCOTEIROS DO MAR

sexta-feira, 23 de março de 2012

SER ESCOTEIRO



Hoje essa frase falou muito comigo, SER ESCOTEIRO. Alguns devem estar se perguntando, mas isso não vem sendo dito a você por vários anos? Respondo que sim, mas hoje por algumas circunstâncias que falarei ao final, essa frase martelou muito a minha mente e resolvi discorrer algumas palavras.
SER ESCOTEIRO é ser primeiramente digno de confiança, ou seja, pessoas que podemos confiar pelo que elas são o pelo que elas representam. Nós escoteiros representamos alguém que se pode confiar, a coletividade sabe que quando se pede auxílio a um escoteiro em uma missão correta e nobre pode contar com ele.
NÃO SER ESCOTEIRO é não estar pronto para ser alguém que se possa confiar, é negar um simples auxílio de falar sobre o escotismo ou indicar outro escoteiro para que faça um trabalho que lhe foi apresentado. Os pseudo escoteiros se fantasiam e se colocam a frente e quando se precisa dele nunca pode, já viram seus chefes com diversas desculpas para um jovem? As desculpas enfraquecem o caráter. É aumentar histórias só para ficar em evidência, diminuindo o trabalho dos outros, chegando até a mentir para conseguir um objetivo.
SER ESCOTEIRO é ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião ou como BP colocava, não importando o que custe. É se colocar a disposição sem medir esforços, sem ter retorno financeiro e muitas vezes contra a própria vontade comodista que nos cerca.
NÃO SER ESCOTEIRO é se colocar em uma zona de conforto e nada fazer para que os outros possam alcançar. É ficar como os neoescoteiros que só saem de casa para realizar seus desejos pessoais, nunca ir contra a comodidade. Não fazer algo para ajudar o próximo porque não vai trazer retorno financeiro nem de ego, muito menos para meu grupo escoteiro diretamente. É não fazer nada só porque posso passar do lado sem ser identificado como escoteiro.
SER ESCOTEIRO é se espelhar em pessoas boas seguindo-as e olhar as pessoas ditas ruins e conseguir tirar algo de bom. É fazer como o Fundador do Escotismo que se preocupou até os últimos dias com suas saúde e com a imagem que este passava aos jovens em todos os momentos de sua vida.
Exemplo a ser seguido
NÃO SER ESCOTEIRO é ser uma pessoa fisicamente fraca, neste caso, a fraqueza pode ser demonstrada na obesidade sem motivos de saúde, no desleixo com seu visual, cabelo roupas e tudo mais. É ser um usuário de substâncias nocivas ao corpo, como fumo álcool e outras drogas e dizer que sabe que é ruim e não consegue se livrar. Isso é fraqueza, é comodidade não escoteira.
SER ESCOTEIRO é ser um bom exemplo e mostrar que procurar ser o melhor que pode em tudo que faz, não desistir e demonstrar que pode identificar e corrigir seus erros, nunca mais repetindo-os. É mostrar que é humano, mas tem desejos de super herói.
NÃO SER ESCOTEIRO é tentar ser de forma diferente frente aos jovens, não deixando transparecer o que realmente é. É orientar os jovens a fazer algo que você mesmo nunca poderia fazer. É ser alguém que diz que campo é para criança, pois seu interior é de um velho derrotado.
Faça uma analise de seus chefes escoteiros, indaguem porque eles estão obesos, porque nunca acompanham as tropas lado a lado. Preste atenção no palavreado, se ele só sabe usar palavras de baixo calão e nunca consegue elogiar os feitos dos jovens.
Exemplos que estão sendo seguidos

Veja se ele usa drogas, Álcool, fumo e outros, lembre-se eles são os exemplos que serão seguidos, de nada adianta um belo discurso se a postura não for condizente.
Os adultos no escotismo são responsáveis pela fraqueza de nosso movimento escoteiro, presidentes de associação que não são exemplos para suas próprias famílias. Que dizem defender o escotismo sentado atrás de mesas de vidro, indo ao campo só para vistoriar a quantidade de jovens para contabilizar os lucros.
Como defender um movimento jovem com velhos de espírito a frente, sabemos que existem velhos de idade e jovens de espírito podem fazer a diferença. Pegue o currículo de seu líder escoteiro e analise se vale a pena seguir.
Siga o que achar melhor e seja o melhor escoteiro que pode.

PS. Falei que iria dizer o porque, mas agora não importa, o que importa é que você analise aqueles que se dizem escoteiros e não são.











Atitudes não escoteiras


Na última década vimos algumas pessoas que se dizem escoteiras mostrarem através de seus atos que não são. Pessoas de renome, legalmente impedidas de exercer funções escoteiras sendo ovacionadas por seus atos discriminatórios, imorais e até alguns atos ilegais.
Atitudes estas que estão colocando em “check” uma coisa maior que é o movimento escoteiro, o qual se tornou referencia em todos os países do mundo e no Brasil se tornou uma piada.
Vemos estes pseudo-escoteiros, pois o verdadeiro escoteiro não é aquele que tem carteirinha escoteira (até Jô Soares tem uma), o verdadeiro escoteiro segue as leis como todo cidadão, mas que também se coloca abaixo de um código de conduta que chamamos de Lei escoteira. Pois então, os pseudo-escoteiros estão ai se declarando os únicos. UNICOS EM QUE?
Únicos que podem representar o escotismo no Brasil, em parte tá certo, são os únicos que a sua associação mundial, por falta de conhecimento dos fatos, permite que estejam filiados a eles.
Mas o que quer dizer isto na prática?
Nada, porque estamos em um país onde posso me associar a quem desejar, não serei obrigado a fazer nada senão em virtude da lei. Mas eles se acham a LEI, baixam decretos soberanos, mandam em vidas, destroem outras.Quando falo em destruição de vidas me lembro do Saudoso Chefe Lopes, que após uma ação imoral, ilegal e nem de perto escoteira, tiraram a vontade de viver de um chefe que tempos depois pelo agravamento de sua doença morreu.
São pseudo-escoteiros, pois seus atos mostram, vendo no INPI vemos que estes procuraram de alguma foram minar o crescimento de um dos maiores movimentos jovens Cristãos do Brasil, tentando registrar a sua denominação.
Subjugam o conhecimento dos mais humildes, com ataques pessoais, eu mesmo sofri um ataque deste com calunias e difamações, feitas junto aos meus chefes.
O que eles relutam em saber é que o escotismo é uma idéia e as idéias não podem ter donos.
O escotismo é um meio, não um fim. Não é o que se faz ou o que se usa é uma filosofia de vida.
Vamos lutar e vamos seguir em frente porque contra ações não há argumentos.
Se você se sente reprimido, oprimido, tolhido em seus direitos procure sua forma de se defender, se quiser se unir a nós estamos aqui e juntos vamos fazer o escotismo mais forte.

Falta de compromisso


       Nascemos em um mundo que poucos se comprometem realmente com aquilo que fazem, pessoas assumem responsabilidades e poucos fazem para cumprir com suas obrigações.
As pessoas com algum ou pouco trabalho acessam uma zona de tranqüilidade que as fazem não buscar, pelos seus esforços, algo mais além de suas pequenas realidades. A maior parte delas quer ter sem fazer, almeja uma tranqüilidade que os mesmos não fazem jus. Depois que se estabeleceu a lei de Gerson, isso se tornou um lema brasileiro e todos procuram realmente, só tirar vantagem em tudo.

O que vemos é um mar de pessoas com falsas alegrias, pois se mostra felizes com suas ditas falcatruas, suas facilidades, mas se formos mais a fundo vemos pessoas recalcadas, com vontades que vão além de sua determinação, daí surge um mar de problemas.

Problemas de todas as ordens insatisfação com a vida pessoal, frustrações, decepção e até comportamentos criminosos surgem, quando não se consegue o que se almeja e não estamos trabalhados para isso.

As pessoas que tem este mal da falta de compromisso dão vários sinais que são claros e mensuráveis, alguns que podemos ver são:

·               Falta de pontualidade;

·               Desculpas sempre presentes;

·               Problemas sempre maiores em outros lugares;

·               Falta de controle na vida pessoal;

·               Apresentam mais obstáculos que soluções;

·               Sempre que possível querem estar sob os holofotes.

Estes tipos de pessoas sem o devido apoio podem colocar a perder todo um trabalho. Então devemos diagnosticar e identificar o quanto antes estas pessoas e se possível ajudar, caso contrário, o melhor que podemos fazer é dar a liberdade para ela se encontrar em outro lugar.

Mas como ajudar?

Estabeleça uma lista de prioridades com a pessoa logo em um primeiro momento, onde ela colocará as suas prioridades e atuais situações. Como neste exemplo:

1.         Família – Minha mulher pede os domingos para a família

2.        Igreja – Desenvolvo trabalhos nos dias tais e tais

3.        Trabalho -  O meu regime de trabalho é tal e trabalho tais dias e tais horários.

4.        Etc

Veja em que posição está o trabalho desenvolvido junto ao projeto em conjunto que desenvolvem, se este não estiver do meio para cima temos ai uma não valorização do que ele faz junto a você.

Temos que deixar claro a estas pessoas que elas têm um problema e que isto deve ser resolvido e que para começar temos que identificar a origem dele. Se, é algo pessoal, profissional ou até espiritual.
Após identificá-lo comecemos com ações simples, primeiro no mais comum e claro a falta de pontualidade, transformando isto em uma qualidade. Com um compromisso da pessoa não mais se atrasar por um período de 6 meses, pois a repetição dos atos leva ao hábito.
Outra é abolir as desculpas, quando for explicar algo se aboli, as palavras: mas, entretanto, contudo, todavia. E lembremos que as desculpas enfraquecem a moral e estabeleça uma regra, em um período de 4 meses só serão aceitas 3 desculpas, mas lembrando a regra anterior.
Apresente alguns problemas reais e atuais e veja como a pessoa se porta, se ela vai ver em cada letra um problema ou um desafio, se ela vai refletir sobre e depois vai apresentar soluções. Deixe-o orientar uma reunião em busca da solução, se o mesmo sabe escutar e aceita as soluções apresentadas pelo outros.
Isto é uma pequena sugestão, mas tudo é válido quando se quer mudar. Se eu que estou lendo estou sendo taxado com falta de compromisso tenho que procurar mudar e colocar em prática tudo aquilo que são qualidades inerentes aos lideres.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Para que ser escoteiro ou escotista?

Como muitos sabem entrei cedo no escotismo, atraído pelo ambiente de aventura e lealdade, na época nosso grupo era patrocinado e com um pouco de empenho participávamos de grandes atividades. Eu via meus chefes preocupados conosco, nunca se envolvendo em coisas erradas, até os que fumavam (coisa comum na época) não faziam na nossa frente, lembro do meu chefe sênior que só descobri q fumava depois que virei pioneiro.
Nesta época, de pioneiro, prometi retribuir todo o esforço dos meus chefes e fazer o mesmo para os outros.
Começava ai o inicio das indagações. Logo no primeiro ano como pioneiro fui trabalhar como assistente de Chefe escoteiro, e como as “regras” proibiam, não fui nomeado Assistente Distrital escoteiro, por causa da idade, mas desempenhava todo o papel. Mas via ser nomeadas pessoas com pouca ou nenhuma preparação assumindo cargos. Chegou ao ponto de ser indicado por todos os grupos do Distrito para a função e negado pela Direção regional dizendo que não era a política deles.
Anos depois descobri o que acontecia, um grupo de pessoas com uma carga de problemas tremenda, com vários pontos deficientes em suas fichas tentando se manter no poder. Com o advento das eleições, vários mostraram por qual motivo se mantinham “escoteiros”.
A utopia do escotismo puro caía por terra, eram “chefes” que queriam ser políticos, hoje vemos muitos, se pensar bem não é errado porque precisamos de representação nestes lugares, mas como ser escotista, diretor regional e ser político?  Para que eles se mantém no escotismo?
Vemos ainda uma pequena casta se mantendo ligadas ao escotismo para manter seu “sub-campo” eleitoral, fazendo politicagem para se manter no poder, para poder encher seus sites e blogs. Pessoas que multiplicam informações mentirosas, caluniosas e nada honradas, sem dizer, nada escoteiras, de que são donos do escotismo intergaláctico, que a sua Lei derrogada, revogada, inconstitucional vale um “Cibazol”. Se mostra tão verdadeiros como uma nota de 3 reais.
Mesmo estando em situação de ajudar a parte desprovida a fazer escotismo e não ajudam e continuam atividades escoteiras caras, diretores viajando o mundo em alto estilo, enquanto os “carentes” assistem em seus quintais atividades mundiais sem poder participar.
Mas temos chefes escoteiros de verdade que desempenham seus papeis como nossos representantes, temos também representantes que nem são escoteiros nos apoiando, pensando em política sim, mas não misturando as estações.
Nos últimos tempos vemos claramente quem é quem. Políticos que dizem defender o escotismo só defendendo sua associação. Será que defendem esperando os retornos financeiros do próximo Jamboree, ou a eleição do ano que vem?
E graças ao bom Deus temos políticos que defendem nossa causa, faço ao leitor um desafio. Pesquise o nome escoteiro no site da câmara federal, ou estadual ou até mesmo municipal, descubra qual representante coloca leis e apoio o Escotismo ou apenas apoiam associação A ou B. Se você constatar algo com o nome de associação desconfie, há algo de errado.
Agora desafio aqueles que se julgam certos em estar em vida dupla, escotismo e política.
Se pergunte e me responda político de vida dupla. Se pergunte e me responda chefe de vida dupla?
Seus atos são escoteiros?

União dos Escoteiros do Brasil quer monopolizar pratica do Escotismo.


A União dos Escoteiros do Brasil, associação de direito privado, dita sem fins lucrativos, criada no ano de 1924 que possui hoje 45 mil membros distribuídos em vários estados brasileiros se autodenominou proprietária de um movimento juvenil que se encontra em todo mundo e distribuída em várias associações mundiais e locais distintas e com organizações próprias.
Durante muitos anos essa associação quase centenária se sentiu tranqüila com a sua posição com o registro de algumas marcas que a distinguia de outras associações escoteiras, desde a sua constituição outras associações desenvolveram suas atividades e se utilizavam do nome escoteiro, mas como eram pequenas associações e não somariam aos seus cofres, nunca fez nada contra elas.
A primeira “grande ameaça” deste monopólio foi quando a igreja adventista na década de 80 saiu e começou movimento parecido, denominado Desbravador, a UEB tentou de imediato registrar este nome como seu, mostrando que é contrária a toda manifestação juvenil uniformizada aos moldes do escotismo.
Nos últimos 7 anos após uma grande cisão em seus quadros e com o aumento de associações escoteiras legalmente constituídas a mesma começou uma escalada de registros do nome escoteiro para todos os fins, desde ursos de pelúcia até uniformes. E como se não bastasse se utilizando de uma informação tendenciosa, diz que o nome escoteiro é de sua propriedade para todos os fins, se esquecendo do ordenamento jurídico brasileiro e mundial que diz que não se pode registrar “Sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o produto ou serviço a distinguir“.
Com esta postura a mesma moveu ação contra a Associação Escoteira Baden-Powell a qual se encontra em fase de anulação por desistência da UEB no processo. E não se sentindo satisfeita, está derramando, tristes e vergonhosas notificações extrajudiciais para vários grupos no Brasil, mandando documentos mal elaborados e apoiados em amizades em diversos locais, a fim de parar o trabalho feito por diversas pessoas pelo Brasil.
Sabemos que algumas ações estão sendo preparadas e movidas em vários estados, pois esta postura está violando os direitos associativos, da criança, da livre concorrência, entre outras, além de não ser atitude escoteira.
Lembramos que nenhuma associação será dissolvida a não se por ação transitada em julgado em ultima instância e que quaisquer marcas podem ser questionadas na justiça a qualquer tempo. E que uma lei derrogada e não recepcionada, não pode ser invocada para ameaçar os demais e manter o monopólio que gera só em registros 2 milhões e meio ao ano só com registros sem levar em conta os convênios e doações.

terça-feira, 20 de março de 2012

Embasamento do Escotismo Tradicional


Método Escoteiro:
Conjunto de pontos que formam a base necessária para a aplicação do programa escoteiro. Compõe-se dos seguintes pontos:

1. Aceitação voluntária dos Valores que o Escotismo e a sociedade cultuam: todos os membros do Escotismo aceitam incondicionalmente cumprir e respeitar a Lei, a Promessa e os demais Valores que o Movimento, bem como a sociedade em geral, respeitam;
2. Vida em equipe: representada pela convivência em pequenas equipes autônomas, com as quais os jovens têm responsabilidade direta para com o seu bom funcionamento. Adota um sistema de grupos divididos em seções separadas, de cada Ramo, tendo cada uma delas número limitado de jovens e chefia própria. Utiliza o “Sistema de Patrulhas” idealizado por Baden Powell;
3. Atividades dinâmicas, atraentes e variadas, planejadas com objetivos definidos: abrangendo os jogos, as técnicas de campismo, as atividades ao ar livre em contato direto com a natureza, as atividades de serviço e de integração com a comunidade, além da mística e do ambiente fraterno do Movimento;
4. Aprender Fazendo: Utiliza o aprendizado pela prática e um sistema de distintivos de classes e de especialidades, como forma de garantir a preocupação com o seu próprio desenvolvimento, estimulando a iniciativa e a autonomia nos jovens;
5. Acompanhamento e orientação individual: Apoio constante dos adultos visando a orientação e correção de hábitos e atitudes, levando sempre em conta o ponto de vista dos jovens, estimulando as potencialidades e trabalhando as limitações dos mesmos.
Dentro do método podemos encontrar embasamento em diversos autores, contemporâneos a BP e também pós BP.

Em o “Emílio da Educação” (obra de Rousseau* escrita em 1762) fornece suporte essencial para pensar a educação infantil, pois a criança precisa ser formada como “senhora de si mesma” e respeitada em seu mundo. Isso não significa que a criança não tenha limites morais, físicos e sociais, mas sim ao contrário, tratar bem a infância também é integrá-la ao convívio social e para que isso aconteça é necessário que os adultos percebam e disciplinam progressivamente seus desejos e os levem a conhecer seus limites.
Neste contexto as leis escoteiras as quais são aceitas voluntariamente servem de norteadoras e cerceadoras desta criança. A vida em equipe proporciona a vivencia social in natura dos jovens sem muitas regras impostas pelos adultos, sempre adequando ao cognitivo destas. E o acompanhamento pessoal com a orientação individual faz com que cada vez mais se adéqüe a metodologia à criança
*Jean-Jacques Rousseau foi um dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII. Sua obra inspirou reformas políticas e educacionais, e tornou-se, mais tarde, a base do chamado Romantismo. Formou, com Montesquieu e os liberais ingleses, o grupo de brilhantes pensadores pais da ciência política moderna. Em filosofia da educação, enalteceu a "educação natural" conforme um acordo livre entre o mestre e o aluno, levando assim o pensamento de Montaigne a uma reformulação que se tornou a diretriz das correntes pedagógicas nos séculos seguintes.
- Behaviorismo** conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento diferente e, de certa forma, previsível. Como podemos tomar por exemplo alguns povos e diversos tempos tiveram estímulos e desenvolveram um comportamento mais aguçados em diversas partes. Hoje algumas correntes educacionais se valem de estimular constantemente a criança elevando seus limites e assim, segundo
estes preparar melhor o ser para uma competição moderna. Pode-se aplicar isso nos mais diversos aspectos, físicos, mentais, espirituais e até sentimentais.
Os estímulos oferecidos pelas atividades escoteiras, as quais têm a característica fundamental de ser desafiadora, provoca uma quantidade de estímulos e estes por fim produzem uma gama de comportamentos, que em poucos outros ambientes educacionais se nota. Um jovem que é desafiado a romper um limite produz um comportamento até certo ponto previsível e sendo assim se pode adequar e aprimorar sempre as atividades, levando em conta todos os outros pontos do método.
Segundo os pesquisadores das funções cerebrais. O cérebro humano, com os seus bilhões de células nervosas e um número astronômico de inter-conexões entre elas, é certamente a mais complexa e sofisticada estrutura no universo conhecido - é, verdadeiramente, a coroa da criação. No entanto, a maioria das pessoas usa apenas uma pequena fração do potencial total do cérebro. A principal meta da educação deveria ser cultivar o pleno potencial do cérebro.
O cérebro é moldado de acordo com cada experiência que se tem. A imagem da neve a cair, o odor de uma pinha, o som de uma buzina de automóvel, as dores, desejos e rompimento de limites – tudo o que pensamos, vemos e fazemos estimula uma parte específica do cérebro e modifica a sua estrutura e funcionamento. Desta feita, quanto mais estimulado a crescer e a romper barreiras for esse ser, maior será a nossa utilização cerebral.
**O Behaviorismo – do termo inglês behaviour ou do americano behavior, significando conduta, comportamento – é um conceito generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia.

Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da idéia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico (WADSWORTH, 1996). Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" do organismo (1952, p.7) :
Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação: Eles são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto externo.
Ainda segundo Piaget (PULASKI, 1986), a adaptação é a essência do funcionamento intelectual e emocional, assim como a essência do funcionamento biológico. É uma das tendências básicas inerentes a todas as espécies. A outra tendência é a organização. Que constitui a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Ainda segundo o autor, a adaptação acontece através da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.
Assimilação é uma integração às estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.
Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam.
WADSWORTH diz que (1996, p. 7) "A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa); juntos eles explicam a adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas." Essa mesma opinião é compartilhada por Nitzke et alli (1997a), que escreve que os processos responsáveis por mudanças nas estruturas cognitivas são a assimilação e a acomodação.
Segundo WADSWORTH (1996), uma criança, ao experienciar um novo estímulo (ou um estímulo velho outra vez), tenta assimilar o estímulo a um esquema existente. Se ela for bem sucedida, o equilíbrio, em relação àquela situação estimuladora particular, é alcançado no momento. Se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é alcançado.
Podemos concluir com os estudos de Piaget que sempre que provocamos situações extremas o organismo tende a se equilibrar e acomodar, buscando estar pronto para uma nova experiência repetida ou de maior intensidade. Durante os acampamentos, os jogos, nas mais diversas atividades podemos provocar situações infindas para que estes jovens experimentem, assimilem, acomodem e equilibrem. Muitas vezes com algumas repetições e outras com novos desafios em áreas ainda não exploradas.

Na Bíblia Sagrada:


Qual é o valor de prestar atenção à educação das crianças desde muito cedo? A Bíblia diz em Provérbios 22:6 “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”
Que espera Deus dos pais enquanto eles educam os seus filhos? Os pais devem ser um exemplo piedoso em palavras e ações. A Bíblia diz em Deuteronômio 6:6-7 “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.”
Que espera Deus de uma mãe? A Bíblia diz em Provérbios 31:26 “Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.”
A disciplina é uma expressão do amor da parte dos pais. A Bíblia diz em Provérbios 13:24 “Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.” A correção firme e afável ajuda as crianças a compreender. A Bíblia diz em Provérbios 29:15 “A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.”
O propósito da disciplina é para ajudar as crianças a atingir maturidade, não para enfurecê-los. A Bíblia diz em Efésios 6:4 “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.” Muitas vezes, as crianças pagam as conseqüências dos pecados dos pais. A Bíblia diz em Êxodo 34:7 “Que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”
Como quer Deus que os filhos se comportem? A Bíblia diz em Efésios 6:1 “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.”

Para pensar:

Tentemos descobrir as razões do fracasso na vida humana.
Uma simples observação levar-nos-á a encontrar os porquês desses fracassos e, conhecida a causa, estaremos habilitados, talvez, a tomar partido melhor a nosso favor.
O primeiro motivo, a nosso ver, é o predomínio do eu, tão natural ao nosso coração.
O egocentrismo é moléstia perigosa, capaz de derribar mesmo que seja um edifício sólido como o é o da sociedade humana.
Se o homem fôra feito só para pensar em si mesmo, circunscrever-se ao seu próprio eu, naturalmente. Deus lhe não teria dado uma companheira nem o teria feito responsável pela perpetuidade da espécie. 
O interesse da vida não alcança só o individuo. Vai ao semelhante, atinge o próximo. 
Quebrada esta lei, violado este princípio, fatalmente virá a desordem aos sistema social nosso. E é precisamente isto o que estamos encontrando pelo nosso caminho.
Outro motivo, ao nosso ver, é a insaciabilidade que nos devora.
Aquele sentimento tão belo e tão maravilhoso, decantado por São Paulo, o sábio, o filósofo, o crente que jaça, aquele sentimento que lhe empolgara a vida toda, sentimento que o levava a contentar-se com qualquer situação que lhe ocorresse, é avis rara no viver dos nossos tempos.
Há uma preocupação constante, da nossa parte, com os problemas da vida e de tal maneira os dificultamos que os deixamos a todos sem solução alguma.
Vai assim pelo mundo afora...
Ora, esse eterno nunca contentar das nossas eternas ambições, mui naturalmente, conduz á condição que caracteriza os nossos dias.
Outro fator do fracasso, parece-nos a nós, é o esquecimento de nossa dependência de Deus.
Pensando só em nós mesmos, preocupados só com o que poderia concorrer para a nossa só felicidade pessoal, embora prejudicados os interesses alheios, não procuramos atender os clamores vivos da noss’alma, alienamo-nos da verdade fundamental de que há um Supremo Governador de todas as coisas e de que sem a obediência á sua vontade nada poderemos obter e, conseqüentemente, nos tornamos como aquele cego, de quem falava Jesus na sua parábola, o qual, sendo guiado por outro cego, infalivelmente, iria cair na primeira vala que deparasse pela estrada a dentro.
De certo, há outros motivos. Mas esses são os mais fortes e os mais temíveis. E no dia que o homem quiser acertar, realmente, aceitar e vencer, evitar o fracasso, sob cuja ameaça tem sempre vivido, nada mais lhe resta fazer senão fugir desses três ocasionadores de todas as desditas – o egoísmo, a incontentabilidade do seu coração e o alienamento de Deus! - Rev. Joel de Melo Miranda

terça-feira, 6 de março de 2012

Pequenas passagens da vida de Baden Powell


Esta era um época formativa para B-P. Ele ainda não ele tinha a esta época da vida, dirigido missões como chefe do reconhecimento no território inimigo na Rodésia, mas também porque muitas das suas ideias mais recentes do escotismo se arraigaram aqui. Foi nesta guerra que ele começou uma amizade com o “Escoteiro” americano de nome Frederick Russell Burnham, que o introduziu ao ponto de ebulição a maneira do Oeste americano e do woodcraft (escotismo).

Foi assim que ele usou seu chapéu Stetson pela primeira vez. Mais tarde B-P participou na campanha contra a tribo dos Ashantís. Os nativos temiam-no tanto que lhe davam o nome de "Impisa", o "lobo-que-nunca-dorme", devido à sua coragem, à sua perícia como explorador e à sua impressionante habilidade em seguir pistas.

Um dia em meados de junho de 1907, Robert Baden-Powell enviou cartas a diversas famílias, pais de meninos de 11 e 12 anos de idade, velhos amigos do Exército, pais de membros da Companhia de Brigada de Rapazes (movimento juvenil já existente á época), jovens de escolas secundárias do Governo, empregados em fazendas ou filhos de operários convidando-os para uma atividade que se tornaria o primeiro Acampamento Escoteiro realizado.

Nessas cartas, ele dizia: "Me proponho realizar um acampamento com 18 garotos para aprender exploração, durante uma semana, nas férias de agosto". O local escolhido para o primeiro acampamento foi à ilha de Brownsea, na Inglaterra. Alguns meses depois, em janeiro de 1808,Robert Baden-Powell publicou os fascículos do "Escotismo para Rapazes", vendido em tiragens quinzenais, e que se revelou um sucesso, com os jovens se organizando em patrulhas para realizar as atividades sugeridas.

Em maio daquele ano Robert Baden-Powell lançou uma edição completa, na forma de livro. Foram os próprios jovens que começaram o Movimento Escoteiro, reunindo-se em Patrulhas, e só depois surgiram as Tropas, os Grupos escoteiros e as Associações.

domingo, 4 de março de 2012

HISTÓRIA DO GRUPO ESCOTEIRO DO MAR MAEMBIPE, 28º/SP



Esta ferramenta de comunicação tem por meta difundir e divulgar o Movimento Escoteiro e suas atividades, bem como registrar a história do 28º Grupo Escoteiro do Mar Maembipe, que tem por finalidade expandir a prática do escotismo e seus ideais na região do litoral norte paulista, construir uma sociedade melhor e formar melhores cidadãos.

Fundado na cidade de Ilhabela em 15 de novembro de 2008, o Grupo foi registrado com esse nome para homenagear a estória desse arquipélago maravilhoso. A ilha era chamada pelos silvícolas, antes da chegada dos portugueses, de Maembipe ou Meyembipe que significa “local de troca de mercadorias e resgate de prisioneiros” (“Dicionário de Topônimos Brasileiros de Origem Tupi” - Tibiriçá, Luiz Caldas). Era um tipo de área neutra onde as tribos podiam negociar.

Com este espírito intrínseco no significado de seu nome, a Instituição acredita ser um local de troca, não de mercadorias, mas de conhecimento; também de resgate, não de prisioneiros, mas dos valores contidos na Lei e na Promessa Escoteira disseminados aos jovens com o objetivo de construir um mundo melhor. 




sábado, 3 de março de 2012

ESCOTISMO NO BRASIL



A primeira notícia sobre o Escotismo publicada no Brasil foi no dia 1o. de dezembro de 1909, no número 13 da revista Ilustração Brasileira editada no Distrito Federal, no Rio de Janeiro, e com circulação nacional. A reportagem tinha o título : Scouts e a Arte de Scrutar; ocupava três páginas e apresentava 7 fotografias. A matéria fora preparada na Inglaterra pelo 1o. Tenente da Marinha de Guerra Eduardo Henrique Weaver, onde se encontrava a serviço. Teve, assim, a oportunidade de presenciar o nascimento do Movimento Escoteiro – Scouting for Boys, criado em 1907 pelo General Inglês Baden-Powell – B. P. Na época, juntamente com o Tenente Weaver, encontrava-se na Inglaterra numeroso contigente de Oficiais e Praças da Marinha – preparava-se para guarnecer os novos navios da esquadra brasileira em construção. Um grupo de suboficiais de entusiasmou com o revolucionário método de educação complementar imaginado por B-P. Entre eles estava o Suboficial Amélio Azevedo Marques que fez com que seu filho Aurélio ingressasse em um dos Grupos Escoteiros locais. Assim, o jovem Aurélio Azevedo Marques foi o primeiro Escoteiro Brasileiro ou, mais precisamente, o primeiro Boy Scout Brasileiro.
Quando da vinda para o Brasil, os militares trouxeram consigo uniformes escoteiros ingleses, no valor de trinta libras esterlinas. O Encouraçad "Minas Gerais", navio onde estava embarcada a maioria dos militares interessados em trazer para o Brasil o Movimento Escoteiro, chegou ao Rio de Janeiro em 17 de abril de 1910. No dia 14 de junho do mesmo ano, na casa número 13 da Rua do Chichorro no Catumbi, Rio de Janeiro, reuniram-se, formalmente, todos interessados pelo escotismo e embarcados nos navios que haviam chegado ao Brasil. Naquele local foi oficialmente fundado o Centro de Boys Scouts do Brasil. O evento foi informado aos jornais, os quais publicaram a carta recebida da Comissão Diretora. A correspondência enviada começava nos seguintes termos: À imprensa desta capital, brilhante e poderoso fator de progresso, campeã de todas as idéias nobres, vem o Centro de Boys Scouts do Brasil, solicitar o auxílio de sua boa vontade, o esteio de que necessita para que em todos os lares brasileiros penetre o conhecimento do quanto à Pátria pode ser útil a instrução dos Boys Scouts. Anexo a comunicação foi enviado documento que descrevia as Bases do Centro de Boys Scouts do Brasil que assim começava:
1o.- fica nesta data instituída uma sociedade de instrução, diversões e esportes para meninos, semelhante em tudo que for possível a dos "Boys Scouts" da Inglaterra.
O Tomo I – 1910 – 1924 Os primórdios do Escotismo do Brasil da história do Escotismo Brasileiro, de autoria do Almirante Bernard David Blower, editado pelo Centro Cultural do Movimento Escoteiro em 1994, é a publicação de referência para a obtenção de informações mais complexas sobre este assunto que está sendo abordado de maneira sucinta. Do mencionado livro, ao final do capítulo II – Introdução no Brasil, transcreve-se: infelizmente, por diversas razões, a existência do Centro (referindo-se ao Centro de Boys Scouts do Brasil) foi efêmera; entre essas razões estavam o fato que de os dirigentes do Centro viajavam constantemente e mesmo por terem alguns sido transferidos para unidades fora do Rio de Janeiro, além da falta de conhecimento do pais sobre o alcance da novel instituição concorrendo para a frequente ausência de seus filhos às atividades escoteiras de campo. Segundo informações, já em 1914 não mais existia o Centro. E mais adiante: No entanto, a semente lançada ainda daria fruto como demonstra o capítulo IV.

SCOUT - ESCOTEIRO; BOYS SCOUTS - ESCOTEIRISMO, ESCOTISMO?

Sem dúvida, os brasileiros que se encontravam na Inglaterra ao final da primeira década deste século tiveram dificuldades para traduzir os termos ingleses "Scout" e "Scouting for Boys" adotados por B-P quando criou o novo método educacional. O tenente Weaver procurou encontrar, no vasto vocabulário da língua portuguesa, palavras que tivessem o mesmo significado; optou pela linguagem escorreita, e empregou o verbo escrutar, que significa: "sondar, examinar a fundo os corações, a consciência, prescutar, fazer o possível para entrar no perfeito conhecimento das coisas; procurar descobrir o que é oculto, encoberto; indagar".
A origem é latina, de "scrutare". Usou a grafia scrutar, vocábulo cujas iniciais são as mesmas do scout / scouting. Já os Suboficiais, que haviam tomado a decisão de concretizar a implantação do método criado por Baden-Powell tão logo chegasse ao Brasil, não se preocuparam em criar uma nova palavra e usaram o termo em inglês ao designarem a instituição que fundaram no Brasil. Na Itália, a versão do "Scouting for Boys" foi "Scoutismo". Na maioria dos países de língua espanhola são usados vocábulos ingleses. Em Portugal é usado o termo Escuta.
No Brasil, os vocábulos Escoteiro e Escotismo, com os mesmo significados das palavras adotadas por B-P na sai língua, surgiram em 1914, quando da Fundação Brasileira de Escoteiros – ABE, em São Paulo como será apresentado no item IV. Só mais tarde os dicionários brasileiros acrescentaram, no verbete Escoteiro, o significado: membro de associação de meninos ou adolescentes organizada segundo o sistema de Baden-Powell. Até então, escoteiro era quem viajava livre, desembaraçado, sem comitiva, sem bagagem; e escotismo era a doutrina de Escoto, teólogo da doutrina de São Tomaz. Ao final da década de 10, sob alegação de natureza semântica, foi também adotado o termo Escoterismo, que caiu em desuso pouco mais tarde.
Surpreendentemente, no Brasil ainda ocorre a impropriedade na tradução das palavras scout e scouting usadas por Baden-Powell, no tempo em que servia no Exército Inglês. Na linguagem militar, o esclarecedor (em inglês o scout) é o observador, o batedor, a quem cabe a difícil tarefa de esclarecer (Scouting for Boys) penetrando no território inimigo, sem ser percebido, para colher informações úteis ao planejamento das operações. Assim, traduzi-los por escoteiros ou escotismo, resultará no disparate de se produzir o termo Escotismo Militar!

NOVAS "DESCOBERTAS" – 1912 A 1915

Certamente, muitos brasileiros estiveram na Europa nos anos que se seguiram à criação do Escotismo em 1907. Há notícias de mais três deles que, ao conhecê-lo, empreenderam esforços para traze-lo para o Brasil:
1o. - Dr. Mário Cardim:- Percorreu a Europa a serviço do país. Em junho de 1910, na cidade de Delft, Holanda, encontrou Escoteiros e passou a se interessar pelo Movimento. Quando em Londres, aprofundou os seus conhecimentos sobre o Escotismo, ocasião em que esteve pessoalmente com Baden Powell. Regressou em 1913 a São Paulo, onde residia, e iniciou uma campanha jornalística de divulgação do Escotismo no "Estado de São Paulo". Participou ativamente da fundação da ABE realizada em novembro de 1914.
2o. - Sra Jeronima Mesquita: - Residia em Paris e, por conta própria, mandou imprimir muitos milheiros de folhetos de propaganda com tradução do código e juramento (Lei e Promessa como denominados mais tarde) e, ainda, tradução de trabalhos de B-P. remeteu-os para São Paulo ao Dr. Ascanio Cerqueira, a quem concitava para ali fundar uma associação de escoteiros. Na primeira Diretoria da ABE, o Dr. Ascanio Cerqueira foi um dos Vice Diretores e, Secretários, o Dr. Mário Cardim.
3o. - Professor George Black:- Representou a Sociedade de Ginástica Porto Alegre – SOGIPA no Festival de Ginástica de Munique. Na sua passagem pela Alemanha encontrou-se com a organização, métodos educativos e orientação dos jovens na formação das suas cidadanias, ministrados no Grupo de Escoteiros da Sociedade de Ginástica de Munique. Colheu subsídios e, ao retornar ao Brasil, em fins de 1913, fundou um Grupo Escoteiro na SOGIPA. Em 1963 o Grupo passou a se denominar George Black.
O CCME - CENTRO CULTURAL DO MOVIMENTO ESCOTEIRO que, estatutariamente, se destina a fomentar o Escotismo, tem um programa para editar a série "ESCOTISMO BRASILEIRO". Além do primeiro livro já editado e acima referido, seguem-se os demais que correspondem a cada um dos Estados da Federação. Espera-se que, na medida em que forem sendo publicados, sejam mais bem esclarecidas as minudências da História da Escotismo das Regiões Escoteiras que integram a União dos Escoteiros do Brasil. Nesta breve notícia sobre o início do Escotismo no Brasil, por vezes, são indicados pontos controversos ou insuficientemente esclarecidos. Há que se aguardar a chegada dos novos Tomos, mesmo porque a História jamais poderá ser considerada como inteiramente esclarecida e escrita em termos definitivos. Presentemente, são escassas as informações disponíveis no CCME relativas às iniciativas para a criação de organizações escoteiras nos anos que antecederam a fundação da ABE e que, à semelhança do Centro de boys Scouts do Brasil, tiveram vida efêmera. No período de 1912 a 1915, o Escotismo foi "descoberto" nos seguintes Estados:
1 – 4 de julho de 1912: - Criação da "PATRULHA DE TREINAMENTO" no Realengo, DF, RJ, sob os auspícios do Tiro de Guerra 112. A direção era do Primeiro Tenente do Exército Antônio Freire de Vasconcellos tendo como auxiliares Gabriel Skinner, Lafayete de Oliveira e I.S. Campos. Quando for escrito o Tomo XX – História do Escotismo no Estado do Rio de Janeiro, essa notícia poderá ser ampliada.
2 – 13 de janeiro de 1913: - O Professor Curt Boett fundou em Blumenau, SC um Grupo Escoteiro. Quando for elaborado o Tomo XXV alusivo ao Escotismo em Santa Catarina, é de se esperar que esta notícia seja completada com mais dados.
3 – 1913: - \" NOTAS DE UM ESCOTISTA – 1913-1928\" escritas por Benjamim Sodré, logo na primeira página, lê-se: Encontrei na Livraria Briguet um exemplar do "LE LIVRE DE L'ECLAIREAUR" de Royet, edição de 1913. Lí-o com avidez e entusiasmei-me vivamente pelo Movimento, alimentando desde logo a idéia da organização de um Grupo no Botafogo. Em janeiro de 1913 Benjamim Sodré foi promovido a Guarda – Marinha após concluir o curso da Escola Naval. Nas referidas Notas afirmou: os estudos, o naufrágio do "GUARANY" (navio onde estava embarcado e que naufragou em outubro de 1913 quando participava de exercícios da Esquadra produzindo a morte de 8 dos seus colegas de turma) impediram-me de fazê-lo. Só em 1916 Sodré pôs em prática os ensinamentos de Baden Powell entre os jovens integrantes do Departamento Infanto-Juvenil do Botafogo Futebol e Regatas onde era jogador famoso no time do Clube. Benjamim Sodré tornou-se figura exponencial no Escotismo Brasileiro com participação efetiva pôr mais de cinqüenta anos.
Tornou-se oportuno ressaltar o fato de uma Livraria brasileira, já em 1913, oferecer ao público um livro sobre Escotismo, em versão francesa, o que comprova a rapidez de disseminação do movimento com cerca de quatro anos de sua fundação.
4 – 1914: - Há notícia da organização de um Grupo Escoteiro no Ginásio Júlio de Castilhos em Porto Alegre, RS. A iniciativa foi da Professora Camila Furtado Alves e do Tenente do Exército Tancredo Gomes Ribeiro, havendo indícios de o fato haver ocorrido em 1910. Aguarda-se a edição do Tomo XXII que irá tratar da História do Escotismo gaúcho para dirimir essa relevante dúvida.
5 – 23 de dezembro de 1914: - É instalado o GRÊMIO DOS BANDEIRANTES MINEIROS, na cidade de Rio Novo, a 45 Km. de Fora, sob a direção do Tenente Alípio Dias e inspiração do Professor Alípio de Araújo, literato e jornalista que defendeu essa denominação para traduzir Boy Scout. Em 20 de junho de 1915 é fundado o GRÊMIO DE BANDEIRANTES DE JUIZ DE FORA, que se reunia no Tiro de Guerra nº 17, sob a Presidência do Dr. Benjamim Colussi. Espera-se que o Tomo XIV apresente mais detalhes sobre aquelas meritórias iniciativas.
6 – 1915: - Por iniciativa do Comandante Anfilóquio Reis é criado um Grupo Escoteiro na 4ª Escola Masculina do Distrito Federal, sob a direção de Gelmirez de Mello, Chefe Escoteiro que veio a ser um dos lideres do Escotismo do Mar e Dirigente Nacional da União dos Escoteiros do Brasil – UEB.

ESCOTISMO EM BASES SÓLIDAS

A fundação da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESCOTEIROS decorreu da convergência de esforços como anteriormente mencionado. Em 15 de agosto de 1914 realizou-se a Sessão Preparatória da Associação a ser criada em breve. A reunião contou com nomes de destaque da vida política e cultural de São Paulo, diretores de estabelecimentos de ensino como Colégio Mackensie, Colégio Anglo Americano, Escola Americana, Ginásio São Bento, Diretor da Faculdade de Medicina, Secretários de Justiça e de Segurança Pública do Estado. Alguns nomes merecem ser citados: - Dr. Mário Cardim, já mencionado anteriormente. Homem de ação, tomou as providências necessárias para a efetivação da idéia de criar a ABE; convidou rapazes de 11 a 18 anos para imediato engajamento com o Escotismo e redigiu os Ante-Projetos de Estatuto e Regularmento da nova instituição,- Júlio de Mesquita, Diretor do "Estado de São Paulo", que deu apoio entusiasta à causa, - Dr. Ascanio Cerqueira que recebeu o material informativo enviado de Paris pela Sra. Jeronima mesquita.
No dia 29 de novembro de 1914, no Skating Palace, na capital pulista, numa assembléia pública a que compareceram cerca de 600 escoteiros inscritos e mais as pessoas gradas que parte na reunião do dia 15 de agosto, além de representantes do Estado e do Município, Comando da Reunião Militar e da Força Pública e diversos Diretores de Estabelecimentos de Ensino, foram lidos pelo Dr. Mário Cardim os Estatutos e o Regularmento da Associação brasileira de Escoteiros, a seguir aprovados.
A ABE irradiou o Movimento para todo o país, com representação em Minas Gerais, Paraná, Espirito Santo, Paraíba, Amazonas, Ceará;, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina; já em 1915 existia em quase todos os Estados.
Em 1915 o Deputado Federal por São Paulo César de Lacerda Vergueiro, amigo do Dr. Mário Cardim, apresentou proposta para reconhecer o Escotismo como de Utilidade Pública. O Projeto resultou no Decreto do Poder Legislativo nº 3297 sancionado pelo Presidente Wenceslau Braz em 11 de junho de 1917 que no Art. 1º estabelecia: - \"São considerados de utilidade pública, para todos os efeitos, as associações brasileiras de escoteiros com sede no país.\"
Em 1915 é iniciada a publicação do \"JORNAL DA ABE\" edição pela Associação.
Há que se destacar outra iniciativa pioneira da ABE tomada em dezembro de 1914, logo após a sua fundação: - a criação do ESCOTISMO FEMININO em São Paulo que \"deveria seguir caminho paralelo e independente do Movimento Escoteiro do sexo masculino\". Foi criado o Departamento Feminino que contava com Mrs. Kathen Crompton como Instrutora Chefe. Houve troca de correspondência com a Gril Guide Association de Londres, presidida pela Sra. Baden Powell que encaminhou para o Brasil o Manual das Gril Guides e outras publicações técnicas. A iniciativa foi coroada de sucesso, com filiação em muitas cidades paulistas, bem como das ESCOTEIRAS DO ALECRIM no Rio Grande do Norte.
No Tomo I da História do Escotismo Brasileiro há um capítulo tratando especialmente de A MULHER NO ESCOTISMO. O livro descreve, também, as circunstâncias em que, na cidade do Rio de Janeiro, em 13 de agosto de 1919, foi fundado o Movimento Bandeirante do Brasil que sem nenhum vínculo institucional com o Movimento Escoteiro.
Em 1916 é instalada a primeira Escola de Chefes da ABE sob a direção do Coronel Pedro Dias de Campos, que fez parte da primeira Diretoria da Associação. No então Distrito Federal, no Rio de Janeiro, o prefeito Azevedo Sodré, tendo, em 1915, recebido os folhetos da ABE, introduziu a instalação do Escotismo nas Escolas Públicas.
Em 1917, sob o patrocínio da ABE, foi realizado em São Paulo um Congresso Escoteiro, o primeiro do Brasil. Dispõe-se de poucos dados sobre aquele evento; da mesma maneira, aguarda-se a edição do Tomo XXVII alusivo à História do Escotismo de São Paulo para enriquecer esta informação tão relevante.
Incontestavelmente, a fundação da ABE em São Paulo se constituiu no fato decisivo para a consolidação do Escotismo no Brasil. Foi condição necessária; mas não foi suficiente para impedir o seu crescimento desordenado.

CRESCIMENTO DESORDENADO

A partir de 1915, em todo o Brasil, passaram a despontar várias organizações escoteiras, algumas delas influenciadas pela atuação da ABE; outras tantas, por iniciativa própria. Há registro de:
1915: - Associação Pernambucana de Escoteiros; Associação de Boys Scouts de Vitória; Comissão Regional de Escoteiros do Paraná; Associação Paranaense de Escoteiros; Legião Amazonense de Escoteiros.
1916 – Grupo Escoteiro do Fluminense Football Club no Rio de Janeiro com a marcante participação da Sra. Jeronima Mesquita juntamente com Guilhermina Guinle e Arnaldo Guinle e Marco Pollo. Os dois últimos escreveram e editaram, no mesmo ano, O LIVRO DO ESCOTEIRO com introdução de Olavo Bilac e Coelho Neto, o que se constituiu no primeiro Manual Escoteiro editado no Brasil.
1917 – É fundada a Associação Maranhense de Escoteiros, informação que poderá ser ampliada no Tomo XI que irá tratar do Escotismo maranhense em particular e poderá revelar as circunstância em que foi tomada aquela iniciativa.
Em 29 de janeiro de 1917 foi fundada a LIGA DE DEFESA NACIONAL influenciada por Olavo Bilac, grande incentivador do Escotismo e batalhador pelo fomento do civismo no Brasil. Logo após a sua criação, a ABE aderiu à Liga de Defesa Nacional que, em 17 de abril de 1917, enviou correspondência às Associações de Escoteiros do Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia e Pernambuco pedindo-lhes que essas Associações se filiassem à de São Paulo. No ofício, a Liga de Defesa Nacional \"comprometeu-se a fornecer a todas as Associações co-irmãs todas as informações necessárias ao funcionamento dos batalhões e enviando-lhes todas as publicações que já está distribuindo e vai distribuir\". Foi aquela a primeira tentativa para centralizar o Movimento Escoteiro no Brasil evitando o seu crescimento desordenado.
Em 15 de novembro de 1917 foi criada a primeira Tropa de Escoteiros Católicos do Brasil na Paróquia de São João Baptista da Lagoa, no Rio de Janeiro, constituindo-se na Associação de Escoteiros Católicos daquela Paróquia. Até então, nas organizações escoteiras criadas no Brasil, incluindo-se a ABE, era adotado o sistema leigo como regime em suas Tropas.
Em 1919 surgiu a segunda Tropa de Escoteiros Católicos na Escola Popular de São Bento. Havia outras Tropas em pespectiva de fundação, mais imperou o bom senso de não criá-las sem que se pudesse contar com chefes competentes de modo a só se criarem Tropas bem dirigidas. O Dr. E. Peixoto Fortuna participou, com destaque, na criação daquelas duas Tropas. Como Presidente da União Católica Brasileira, o Dr. Peixoto Fortuna resolveu nela criar uma Escola de Instrutores que se instalou em 1º de agosto de 1919. Ultrapassando as dificuldades inicias, em 1920 a Escola já havia formado seis turmas, o que propiciou a criação da ASSOCIAÇÃO DE ESCOTEIROS CATÓLICOS DO BRASIL, instituição que paulatinamente, tornou-se importante e cresceu em efetivo.
Ainda em 1919 a nova Associação iniciou a edição do tabloide \"O ESCOTEIRO\". Os cincos primeiros números eram de propriedade da casa instalada no Rio de Janeiro \"LA VILLE DE PARIS\"; no cabeçalho, contava o seguinte: ÓRGÃO DEDICADO À DIVULGAÇÃO DO ESCOTISMO NO BRASIL – PARA DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. A loja Ville de Paris tinha uma Seção de Escotismo \"com uniformes completos e todos os artigos necessários aos Escoteiros\". Em 1925, O ESCOTEIRO tornou-se o órgão oficial da UEB.
Em 1921, aquela Associação realizou um Jamboree intergrupos que se constituiu em assinalado triunfo para os Escoteiros Católicos. Com o nome de ASSOCIAÇÃO DE ESCOTEIROS CATÓLICOS DO BRASIL teve seu Estatuto aprovado, em 11 de junho de 1921, pelo Monsenhor Vigário-Geral do Rio de Janeiro. Logo depois, a Associação filiou-se à Organização Internacional, com sede em Londres, tornando-se, assim, a primeira e única Associação Escoteira brasileira reconhecida internacionalmente, situação que, mais tarde, passou a ser desfrutada pela UEB.
Em 1922, Àquela Associação filiou-se, na condição de co-fundadora, o Office Internacional des Scouts Catholique, com sede em Roma, sob as vistas do Papa e presidido pelo Conde Mário de Carpegna, líder do Escotismo Católico Internacional.
Demonstrando maturidade, no número de julho de 1920 do O ESCOTEIRO, editado pela Associação católica, aventou-se o plano da realização de um Congresso Escoteiro no rio de Janeiro, evento que foi realizado em 1922 e repetido em 1923. Paralelamente com os Congressos, foram realizados Jamboree que a Associação Católica considerou como tendo sido os primeiros efetivados no Brasil. Foi editado o \"LIVRO DOS CONGRESSOS ESCOTEIROS DO BRASIL – 1922-1923. PRIMEIRO E SEGUNDO JAMBOREE BRASILEIROS. THESES E RELETÓRIOS\". O Tomo I da História do Escotismo Brasileiro dedica o Capítulo VI aos CONGRESSOS E JAMBOREES realizados até 1924 e menciona os nomes dos membros dos Congressos, na maioria do Distrito Federal, mas contando também com representantes da ABE de São Paulo, Associação dos Escoteiros do Pará, Liga Amazonense de Escoteiros, Associação de Escoteiros do Alecrim, RN.; relaciona as moções, notas e propostas aprovadas e as Teses apresentadas, com os nomes dos sues autores e dos dois relatores de cada uma delas. Presidiu os dois Congressos o Dr. João E. Peixoto Fortuna.
A idéia da realização dos Jamborees foi levada em 1921 pelo chefe Gabriel Skinner. Continham uma parte escoteira e outra esportiva e alcançaram pleno sucesso.
A Igreja Metodista Americana do Rio de Janeiro, em1916, fundou uma Tropa de Escoteiros com o nome \"Union Church Boy Scouts\" que, em 1920, deixou o patrocínio da Igreja; passou a ser dependente e, no Conselho de Chefes realizado em 14 de maio de 1921, ficou decidido mudar o nome para "1st Rio Baden Powell Boys Scouts", e assim se registrou no "Boy Scouts Association" de Londres. Passou então a seguir rigorosamente as normas do Escotismo inglês, sendo suas publicações, uniformes e distintivos vindo da Inglaterra; aceitava jovens, não só ingleses, mas também de outras nacionalidades que falassem inglês, em Niterói, então capital do antigo Estado do Rio de Janeiro, havia uma Tropa filiada que denominava \"1st Nictheroy Baden Powell Group\". As Tropas funcionaram naqueles moldes até 1942, quando foi decretada a nacionalização de todas as entidades estrangeiras, ocasião em que se associaram à Modalidade do Ar.
O Autor do Tomo I da História do Escotismo Brsileiro, Almirante Bernard David Blower, residiu quando jovem, em Niterói; ao final da década de 30, foi Escoteiro do \"1st Nictheroy Baden Powell Group\". Presentemente, aquele ilustre militar brasileiro é o Presidente do Conselho Deliberativo do Centro Cultural do Movimento Escoteiro.

DESPONTA O REGENTE

No sentido figurativo, ao se iniciar a década de 30, havia considerável número de músicos, ou seja, de instituições escoteiras, firmemente empenhadas em executar as partituras que elas próprias haviam escrito. Faltava o Regente, com a batuta de Maestro, para definir o tom e Conduzí-los na execução da grande sinfonia escrita por B-P. naqueles anos, o Chefe Benjamim Sodré, o Velho Lobo, mantinha uma Seção sobre Escotismo na Revista infanto juvenil "O TICO TICO". Na edição do dia 32 de janeiro de 1924 publicou um artigo que refletia a conjuntura do Escotismo àquela época, como se vê; a seguir:
Um exemplo a seguir pelas Associações de Escotismo no Brasil
O Escotismo pode-se considerar definitivamente firmado entre nós. Já se passou, aquele período de propaganda vivíssima em que era quase um dever só entoar loas, e esconder os defeitos.
Hoje pode-se sem perigo apontar os males. E esse é o dever.
Entre nó quatro grandes associações dirigem o movimento escoteiro nacional: a Associação Brasileira de Escoteiros, com sede em São Paulo, Associação de Escoteiros Catholicos do Brasil, a Comissão Centra de Escotismo e a Confederação Brasileira de Escoteiros do Mar, com sede no Rio.
Refletindo o espírito de pouca harmonia dos brasileiros que vivem a brigar; essas associações se correspondem, se entendem, mas não se ligam.
Sofre com isso o Escotismo, que se desenvolve entre nós sem a precisa uniformidade, e sofre o nome do Brasil, que de outro modo poderia figurar entre as grandes potências escoteiras, cousa que não é de desprezar hoje, quando o escotismo tem por mais de uma vez ocupado a atenção e sugerido discussões na Liga das Nações.
Um paíz possuir cem, duzentos mil escoteiros deve ser, forçosamente, uma razão de consideração no conceito demais. Nós caminhamos para esses números, mas como nossos esforços são dispersos, aparecem sempre informações parciais.
Tentativas têm sido feitas para reunir as Associações, mas todas vãs, porque ora a vaidade de domínio, ora pequeninas questões pessoais conservam afastadas forças preciosas que deveriam unir, valendo pelo dobro.
É, um dever de todos, deste o mais pequenino escoteiro até ao mais importante Chefe, procurar criar uma atmosfera de harmonia entre todas as associações, para que elas se liguem constituindo uma confederação geral que possa representar o Escotismo do Brasil.
A seguir, Velho Lobo referiu-se ao exemplo do Escotismo francês e concluiu: Isso viria resolver o nosso caso. Nenhuma associação seria mais do que a outra, todas estariam no mesmo pé de igualdade e, suprema aventura, alguém poderia falar pelos \"Escoteiros do Brasil\", que já são tão numerosos mas que devem conservar-se mudos e desconhecidos porque são desunidos.
No dia 7 de setembro de 1924 o Padre Leovigildo França, Vice-Presidente da Associação de Escotismo Católicos, realizou interessante Conferência sobre o Escotismo. O ilustre Prelado fora o Chefe da Delegação que representou o país no Grande Jamboree Internacional em Copenhague. Sua Conferência, ilustrada com projeções, deu uma impressão muito nítida do que foi aquela grande concentração escoteira mundial. O Velho Lobo assistiu à Conferência e, comovido, afirmou: \"Para o futuro, o Brasil se deve representar, em qualquer reunião internacional, não por uma delegação de uma de suas Associações, mas por uma Delegação de Escoteiros do Brasil\". A seguir renovou o seu apelo feito em janeiro em \"O TICO TICO\" e remeteu cartas ou fez contatos pessoais com os principais responsáveis pelas Instituições Escoteiras convocando-os para se reunirem com o fim de criarem uma Associação Nacional do Escotismo Brasileiro. Com exceção do representante da Associação Brasileira de Brasileira de Escoteiros, de São Paulo, todos os demais atenderam ao convite. Passaram a se reunir, seguidamente, na sede do Clube Naval, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Dado o grande interesse e a boa vontade de todos, a tarefa foi fácil e, em 4 de novembro de 1924, foi fundada a UNIÃO DOS ESCOTEIROS DO BRASIL – UEB. Sua primeira sede provisória foi no Clube Naval.
A UEB iniciou sua vida pela justaposição de Federações que praticavam o Escotismo por conta própria. Haviam elas construído seus patrimônios, suas culturas próprias e gozavam de plena independência. No primeiro Estatuto da UEB houve a preocupação em preservar a autonomia de que desfrutavam as Federações. Foram necessários vinte e seis anos para que, em 1950, se consolidasse a completa integração do Movimento Escoteiro no Brasil. No bojo da imprescindível reforma foram extintas todas as federações, incluindo-se, obviamente, as de Terra, Mar e Ar, e se desfez a tradicional trindade encontrada na natureza e que se refletia no Escotismo brasileiro; surgiram as modalidades Básica, Mar e Ar.
Matéria elaborada pelo CENTRO CULTURAL DO MOVIMENTO ESCOTEIRO em janeiro de 1999.