terça-feira, 20 de março de 2012

Embasamento do Escotismo Tradicional


Método Escoteiro:
Conjunto de pontos que formam a base necessária para a aplicação do programa escoteiro. Compõe-se dos seguintes pontos:

1. Aceitação voluntária dos Valores que o Escotismo e a sociedade cultuam: todos os membros do Escotismo aceitam incondicionalmente cumprir e respeitar a Lei, a Promessa e os demais Valores que o Movimento, bem como a sociedade em geral, respeitam;
2. Vida em equipe: representada pela convivência em pequenas equipes autônomas, com as quais os jovens têm responsabilidade direta para com o seu bom funcionamento. Adota um sistema de grupos divididos em seções separadas, de cada Ramo, tendo cada uma delas número limitado de jovens e chefia própria. Utiliza o “Sistema de Patrulhas” idealizado por Baden Powell;
3. Atividades dinâmicas, atraentes e variadas, planejadas com objetivos definidos: abrangendo os jogos, as técnicas de campismo, as atividades ao ar livre em contato direto com a natureza, as atividades de serviço e de integração com a comunidade, além da mística e do ambiente fraterno do Movimento;
4. Aprender Fazendo: Utiliza o aprendizado pela prática e um sistema de distintivos de classes e de especialidades, como forma de garantir a preocupação com o seu próprio desenvolvimento, estimulando a iniciativa e a autonomia nos jovens;
5. Acompanhamento e orientação individual: Apoio constante dos adultos visando a orientação e correção de hábitos e atitudes, levando sempre em conta o ponto de vista dos jovens, estimulando as potencialidades e trabalhando as limitações dos mesmos.
Dentro do método podemos encontrar embasamento em diversos autores, contemporâneos a BP e também pós BP.

Em o “Emílio da Educação” (obra de Rousseau* escrita em 1762) fornece suporte essencial para pensar a educação infantil, pois a criança precisa ser formada como “senhora de si mesma” e respeitada em seu mundo. Isso não significa que a criança não tenha limites morais, físicos e sociais, mas sim ao contrário, tratar bem a infância também é integrá-la ao convívio social e para que isso aconteça é necessário que os adultos percebam e disciplinam progressivamente seus desejos e os levem a conhecer seus limites.
Neste contexto as leis escoteiras as quais são aceitas voluntariamente servem de norteadoras e cerceadoras desta criança. A vida em equipe proporciona a vivencia social in natura dos jovens sem muitas regras impostas pelos adultos, sempre adequando ao cognitivo destas. E o acompanhamento pessoal com a orientação individual faz com que cada vez mais se adéqüe a metodologia à criança
*Jean-Jacques Rousseau foi um dos mais considerados pensadores europeus no século XVIII. Sua obra inspirou reformas políticas e educacionais, e tornou-se, mais tarde, a base do chamado Romantismo. Formou, com Montesquieu e os liberais ingleses, o grupo de brilhantes pensadores pais da ciência política moderna. Em filosofia da educação, enalteceu a "educação natural" conforme um acordo livre entre o mestre e o aluno, levando assim o pensamento de Montaigne a uma reformulação que se tornou a diretriz das correntes pedagógicas nos séculos seguintes.
- Behaviorismo** conduz a uma tese sobre o sistema de aprendizagem, apoiada sobre mapas cognitivos – interações estímulo-estímulo – gerados nos mecanismos cerebrais. Assim, para cada grupo de estímulos o indivíduo produz um comportamento diferente e, de certa forma, previsível. Como podemos tomar por exemplo alguns povos e diversos tempos tiveram estímulos e desenvolveram um comportamento mais aguçados em diversas partes. Hoje algumas correntes educacionais se valem de estimular constantemente a criança elevando seus limites e assim, segundo
estes preparar melhor o ser para uma competição moderna. Pode-se aplicar isso nos mais diversos aspectos, físicos, mentais, espirituais e até sentimentais.
Os estímulos oferecidos pelas atividades escoteiras, as quais têm a característica fundamental de ser desafiadora, provoca uma quantidade de estímulos e estes por fim produzem uma gama de comportamentos, que em poucos outros ambientes educacionais se nota. Um jovem que é desafiado a romper um limite produz um comportamento até certo ponto previsível e sendo assim se pode adequar e aprimorar sempre as atividades, levando em conta todos os outros pontos do método.
Segundo os pesquisadores das funções cerebrais. O cérebro humano, com os seus bilhões de células nervosas e um número astronômico de inter-conexões entre elas, é certamente a mais complexa e sofisticada estrutura no universo conhecido - é, verdadeiramente, a coroa da criação. No entanto, a maioria das pessoas usa apenas uma pequena fração do potencial total do cérebro. A principal meta da educação deveria ser cultivar o pleno potencial do cérebro.
O cérebro é moldado de acordo com cada experiência que se tem. A imagem da neve a cair, o odor de uma pinha, o som de uma buzina de automóvel, as dores, desejos e rompimento de limites – tudo o que pensamos, vemos e fazemos estimula uma parte específica do cérebro e modifica a sua estrutura e funcionamento. Desta feita, quanto mais estimulado a crescer e a romper barreiras for esse ser, maior será a nossa utilização cerebral.
**O Behaviorismo – do termo inglês behaviour ou do americano behavior, significando conduta, comportamento – é um conceito generalizado que engloba as mais paradoxais teorias sobre o comportamento, dentro da Psicologia.

Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da idéia que os atos biológicos são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico (WADSWORTH, 1996). Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento "total" do organismo (1952, p.7) :
Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação: Eles são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto externo.
Ainda segundo Piaget (PULASKI, 1986), a adaptação é a essência do funcionamento intelectual e emocional, assim como a essência do funcionamento biológico. É uma das tendências básicas inerentes a todas as espécies. A outra tendência é a organização. Que constitui a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas em sistemas coerentes. Ainda segundo o autor, a adaptação acontece através da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.
Assimilação é uma integração às estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.
Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam.
WADSWORTH diz que (1996, p. 7) "A acomodação explica o desenvolvimento (uma mudança qualitativa), e a assimilação explica o crescimento (uma mudança quantitativa); juntos eles explicam a adaptação intelectual e o desenvolvimento das estruturas cognitivas." Essa mesma opinião é compartilhada por Nitzke et alli (1997a), que escreve que os processos responsáveis por mudanças nas estruturas cognitivas são a assimilação e a acomodação.
Segundo WADSWORTH (1996), uma criança, ao experienciar um novo estímulo (ou um estímulo velho outra vez), tenta assimilar o estímulo a um esquema existente. Se ela for bem sucedida, o equilíbrio, em relação àquela situação estimuladora particular, é alcançado no momento. Se a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta, então, fazer uma acomodação, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isso é feito, ocorre a assimilação do estímulo e, nesse momento, o equilíbrio é alcançado.
Podemos concluir com os estudos de Piaget que sempre que provocamos situações extremas o organismo tende a se equilibrar e acomodar, buscando estar pronto para uma nova experiência repetida ou de maior intensidade. Durante os acampamentos, os jogos, nas mais diversas atividades podemos provocar situações infindas para que estes jovens experimentem, assimilem, acomodem e equilibrem. Muitas vezes com algumas repetições e outras com novos desafios em áreas ainda não exploradas.

Na Bíblia Sagrada:


Qual é o valor de prestar atenção à educação das crianças desde muito cedo? A Bíblia diz em Provérbios 22:6 “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.”
Que espera Deus dos pais enquanto eles educam os seus filhos? Os pais devem ser um exemplo piedoso em palavras e ações. A Bíblia diz em Deuteronômio 6:6-7 “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.”
Que espera Deus de uma mãe? A Bíblia diz em Provérbios 31:26 “Abre a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência está na sua língua.”
A disciplina é uma expressão do amor da parte dos pais. A Bíblia diz em Provérbios 13:24 “Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.” A correção firme e afável ajuda as crianças a compreender. A Bíblia diz em Provérbios 29:15 “A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.”
O propósito da disciplina é para ajudar as crianças a atingir maturidade, não para enfurecê-los. A Bíblia diz em Efésios 6:4 “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.” Muitas vezes, as crianças pagam as conseqüências dos pecados dos pais. A Bíblia diz em Êxodo 34:7 “Que usa de beneficência com milhares; que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado; que de maneira alguma terá por inocente o culpado; que visita a iniqüidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”
Como quer Deus que os filhos se comportem? A Bíblia diz em Efésios 6:1 “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.”

Para pensar:

Tentemos descobrir as razões do fracasso na vida humana.
Uma simples observação levar-nos-á a encontrar os porquês desses fracassos e, conhecida a causa, estaremos habilitados, talvez, a tomar partido melhor a nosso favor.
O primeiro motivo, a nosso ver, é o predomínio do eu, tão natural ao nosso coração.
O egocentrismo é moléstia perigosa, capaz de derribar mesmo que seja um edifício sólido como o é o da sociedade humana.
Se o homem fôra feito só para pensar em si mesmo, circunscrever-se ao seu próprio eu, naturalmente. Deus lhe não teria dado uma companheira nem o teria feito responsável pela perpetuidade da espécie. 
O interesse da vida não alcança só o individuo. Vai ao semelhante, atinge o próximo. 
Quebrada esta lei, violado este princípio, fatalmente virá a desordem aos sistema social nosso. E é precisamente isto o que estamos encontrando pelo nosso caminho.
Outro motivo, ao nosso ver, é a insaciabilidade que nos devora.
Aquele sentimento tão belo e tão maravilhoso, decantado por São Paulo, o sábio, o filósofo, o crente que jaça, aquele sentimento que lhe empolgara a vida toda, sentimento que o levava a contentar-se com qualquer situação que lhe ocorresse, é avis rara no viver dos nossos tempos.
Há uma preocupação constante, da nossa parte, com os problemas da vida e de tal maneira os dificultamos que os deixamos a todos sem solução alguma.
Vai assim pelo mundo afora...
Ora, esse eterno nunca contentar das nossas eternas ambições, mui naturalmente, conduz á condição que caracteriza os nossos dias.
Outro fator do fracasso, parece-nos a nós, é o esquecimento de nossa dependência de Deus.
Pensando só em nós mesmos, preocupados só com o que poderia concorrer para a nossa só felicidade pessoal, embora prejudicados os interesses alheios, não procuramos atender os clamores vivos da noss’alma, alienamo-nos da verdade fundamental de que há um Supremo Governador de todas as coisas e de que sem a obediência á sua vontade nada poderemos obter e, conseqüentemente, nos tornamos como aquele cego, de quem falava Jesus na sua parábola, o qual, sendo guiado por outro cego, infalivelmente, iria cair na primeira vala que deparasse pela estrada a dentro.
De certo, há outros motivos. Mas esses são os mais fortes e os mais temíveis. E no dia que o homem quiser acertar, realmente, aceitar e vencer, evitar o fracasso, sob cuja ameaça tem sempre vivido, nada mais lhe resta fazer senão fugir desses três ocasionadores de todas as desditas – o egoísmo, a incontentabilidade do seu coração e o alienamento de Deus! - Rev. Joel de Melo Miranda

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